História da Astrologia no Brasil

No Brasil como um todo, herdeiro das tradições portuguesas, a história da Astrologia remonta à Escola de Sagres, tendo à frente o Infante Dom Henrique, que abandonou as mordomias da corte e dedicou-se corajosamente aos estudos de Astrologia, escrevendo mesmo o notável livro:

“Segredo dos segredos da Astrologia”.

Deve-se lembrar que a atividade náutica se utilizava fartamente do conhecimento astrológico para a previsão do tempo (Astrometeorologia), retomada hoje pela NASA para a previsão de tempo de longo prazo com o nome de ” Vetoração Gravitacional” - trabalho efetuado pelo astrólogo alemão Landscheidt.

Muitas sementes de Astrologia foram plantadas no Brasil pelas Lojas Maçônicas, que, desde a vinda da corte para o país, e através de Maçons que viajavam para a França e Inglaterra, se dedicavam a pesquisar a matéria — parte integrante de seu simbolismo filosófico.

A Instituição Maçônica, na sua versão especulativa-filosófica, se originou dos Rosacruzes Ingleses do século XVII, entre eles muitos astrólogos como Robert Fludd, William Lilly, Elias Ashmolle e outros. Um pouco antes, Francis Bacon, também Rosacruz e Astrólogo, deixou importantes bases filosófico-científicas que nortearam o pensamento desse grupo.

O primeiro movimento astrológico realmente efetivo no Brasil nasceu com a fundação do Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento, por Antonio Olívio Rodrigues, português nascido a 7 de outubro de 1879, que criou a seguir a Editora “O Pensamento”, e publicou um Boletim, o “Brasil Psíquico e Astrológico”; editou o tradicional Almanaque do Pensamento a partir de 1913 e lançou o mais importante livro do passado astrológico brasileiro: “ASTROLOGIA”, da coleção Ciências Herméticas, próximo de 1920.

O livro era enviado aos seus filiados, como uma primeira tentativa de Curso por Correspondência, e baseado nas lições de E. H. Bailey, Astrólogo inglês, que trabalhou por volta de 1900 com o famoso Alan Leo.

Muito de seu material astrológico tinha também por base os escritos de Walter Gorn Old (Sepharial) e Raphael.

Logo depois juntou-se ao Círculo Esotérico, o astrólogo Francisco Waldomiro Lorenz, um esoterista de grande cultura e notável linguista (chegou a falar e escrever mais de 100 idiomas), que divulgou o esoterismo e a Astrologia por todo o sul do Brasil, implantando mesmo um famoso programa de rádio “a hora esotérica” que deve funcionar até hoje em Porto Alegre.

Até o início da década de 70, o Astrólogo Jubal Tavares trabalhou para a “Pensamento” fornecendo horóscopos e calculando o Almanaque que ainda é editado.

Entre as décadas de 50 e 70 aparece o astrólogo folclorista Omar Cardoni Nunes (Omar Cardoso), que embora pouco fizesse de Astrologia científica foi inegavelmente um grande divulgador dos rudimentos da Astrologia no país, através de seus programas de rádio, o que levou muita gente a estudar a Astrologia de maneira mais séria e científica.

Antonio Facciollo Neto e Ivan Moraes e Silva, ao fundarem o Instituto Paulista de Astrologia em 27.01.1969, já projetaram e se comprometeram para a Fundação da Associação dos Astrólogos — concretizada com a fundação da atual ABA-Ordem Nacional dos Astrólogos e Cosmo-analistas, conforme pode-se ver no Registro do 3º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo, formando a primeira turma de alunos com tal objetivo.

A primeira turma de alunos formada no IPA – Instituto Paulista de Astrologia dirigido por Antonio Facciollo Neto e Ivan Moraes e Silva foram, Antonio Federighi (advogado - o Fred), que foi o primeiro Presidente da entidade, Gérsio Passadore (advogado, que redigiu o primeiro Estatuto), Maria José Faria de Paula, Juan Alfredo Cesar Muller, Nazareno Micheletti, Vilma Andrade Fucher, Waldyr Bonadei Fucher, Chafy Miguel Bittar, e outros hoje afastados, constituíu em 12 de outubro de 1971 a Associação Paulista de Astrologia, órgão que congregava amadores e profissionais da Astrologia no Estado de São Paulo, e que iniciou a longa batalha pela moralização da Astrologia no País, lançando as bases para uma futura regulamentação da profissão.

Nessa época, campeavam nos meios de comunicação os astrólogos “folclóricos”, os redatores jornalísticos de horóscopos, que se limitavam a publicar mensagens de otimismo e características dos signos. Eram bem raros os verdadeiros estudiosos da matéria, e a primeira luta dos fundadores da APA foi explicar ao público a diferença entre a Astrologia popular e a Astrologia científica.

Entre 1976/77, a Diretoria da ABA, se empenhou na inclusão da Profissão de Astrólogo, no Código Brasileiro de Ocupações, CBO do Ministério do Trabalho, cujos frutos se tornaram realidade com a Portaria 3654, de 24.11.1977, onde constou pela primeira vez, sob o Código 1-99, a Profissão de Astrólogo, classificado entre os trabalhos científicos, técnicos e artísticos.

Durante mais de 20 anos, Antonio Facciollo Neto, e a seguir Antonio Daoud Filo e Vera Facciollo, e algumas vezes também Waldyr Bonadei Fucher e outros associados escreveram artigos para jornais e revistas, e participaram de programas, entrevistas, debates e “rodadas” na TV e no rádio, expondo suas teses, apresentando provas estatísticas do efeito dos astros e Previsões astrológicas mundiais, previamente registradas em Cartório, e dando verdadeiras aulas de Astrologia científica através da mídia.

Previsões notáveis sobre o Brasil e o Mundo, como de grandes personalidades se encontram hoje no inventário astrológico da ABA e de suas equipes.

Até hoje recebemos cartas e visitas de saudosos ouvintes e telespectadores que os viam no programa “Xênia e Você”, comandado pela corajosa e inteligente apresentadora Xênia na TV Bandeirantes e depois na Rádio Capital.

O grupo da Associação participou várias vezes dos programas da TV Globo (Fantástico), TV Manchete, TV Cultura, TV Capital de Brasília, da antiga TV Tupi, etc.

Espectadores antes céticos, entre eles algumas figuras proeminentes da política e do Poder Judiciário de Brasília, perceberam o inquestionável valor científico da Astrologia, e, convencidos pelas provas apresentadas, se tornaram estudiosos da matéria, cumprimentando pessoalmente os membros da equipe.

Astrônomos, jornalistas, economistas, financistas, banqueiros, psiquiatras, psicólogos e outros profissionais, antes relutantes em reconhecer a validade científica dos conceitos da Astrologia, finalmente foram persuadidos pelos argumentos irrefutáveis e se deram conta do erro muito comum de julgar toda a Astrologia baseando-se apenas na prática ingênua do folclore astrológico.

Crescendo o número de filiados da APA, estes decidiram em 15/06/1977 congregar astrólogos e estudantes adiantados de todo o território brasileiro, numa entidade de classe de nível nacional; assim nasceu a ABA – Associação Brasileira de Astrologia, que finalmente levou à transformação para:

ABA – Ordem Nacional dos Astrólogos e Cosmo-Analistas em 02/06/2001.

Os membros da ABA, em 19 de outubro de 1980, preocupados com a regularização da profissão, criaram a Associação dos Astrólogos do Estado de São Paulo, como órgão oficial de representação da classe. À época, a lei não permitia a fundação de um sindicato, sem antes ter-se uma Associação profissional. Essa transformação ocorreu em 9 de dezembro de 1988, dando origem ao atual SAESP - Sindicato dos Astrólogos do Estado de São Paulo, registrado no Ministério do Trabalho, segundo as normas legais, conforme Diário Oficial da União de 13 de fevereiro de 1991, na página 2860.)

Dentre suas grandes realizações a ABA, Associação Brasileira de Astrologia realizou a 14, 15 e 16 de Abril de 1978 o PRIMEIRO COLÓQUIO BRASILEIRO DE ASTROLOGIA, um marco fundamental da Astrologia Brasileira — onde foram apresentados trabalhos de alto valor para a comprovação científica de nossa ciência e com a participação de grandes nomes da Astrologia do País.

No encerramento do Colóquio redigiu-se a:

DECLARAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ASTROLOGIA, ancorada nos princípios defendidos pela ABA e redigida em seu texto final pelos astrólogos Olavo de Carvalho, Vera Facciollo e Juan Alfredo César Müller. Continha nessa época 12 itens iniciais, mais tarde aperfeiçoados e ampliados para 34 itens; considerados os melhores do mundo na atualidade. Foram redigidos pela então Presidente Vera Facciollo e inseridos na própria definição da Astrologia como ciência, podendo ser consultados nos Estatutos da ABA.

Nos anos subsequentes, a ABA realizou em São Paulo os seguintes eventos:

  • II COLÓQUIO, em 20 e 21 de outubro de 1979, no HILTON HOTEL;
  • 1º CONGRESSO BRASILEIRO DE ASTROLOGIA em 18 e 19 de outubro de 1980 no HILTON HOTEL;
  • III COLÓQUIO a 18 de outubro de 1981 - HILTON HOTEL;
  • 2º CONGRESSO a 24 de outubro de 1982 - HILTON HOTEL;
  • 3º CONGRESSO a 16 de outubro de 1983 - BRASILTON HOTEL;
  • 4º CONGRESSO a 21 de outubro de 1984 - MAKSOUD PLAZZA HOTEL;
  • ASTROLOGIA EM DEBATE a 21 de abril de 1985 no NIKKEY PALACE HOTEL;
  • 5º CONGRESSO BRASILEIRO E 1º INTERNACIONAL a 12 e 13 de outubro de 1985 no CAESAR PARK HOTEL;
  • 6º CONGRESSO a 12 de outubro de 1986 na CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO;
  • 7º CONGRESSO a 8 de novembro de 1987 - MAKSOUD PLAZA HOTEL;
  • 8º CONGRESSO a 5 de novembro de 1988 - MAKSOUD PLAZA HOTEL;
  • 9º CONGRESSO em outubro de 1989 - MAKSOUD PLAZA HOTEL;
  • 1º CONGRESSO BRASILEIRO DE ASTROLOGIA E CIÊNCIAS HERMÉTICAS a 2 de dezembro de 1990 - NIKKEY PALACE HOTEL;
  • 2º CONGRESSO BRASILEIRO DE ASTROLOGIA E CIÊNCIAS HERMÉTICAS a 1º de dezembro de 1991 - NIKKEY PALACE HOTEL;
  • 3º CONGRESSO BRASILEIRO DE ASTROLOGIA E CIÊNCIAS HERMÉTICAS a 6 de outubro de 1992 - NIKKEY PALACE HOTEL.
  • 4º CONGRESSO BRASILEIRO DE ASTROLOGIA E CIÊNCIAS HERMÉTICAS a 2 e 3 DE DEZEMBRO DE 2000 - NIKKEY PALACE HOTEL

A PARTIR DE 1993, a ABA e o SAESP empenham-se em preparar as estruturas básicas da Regulamentação da Astrologia no Brasil, incentivando e apoiando, com todos os seus recursos, a criação de Sindicatos nos outros estados brasileiros com a participação de todos os astrólogos, tendo deixado mais a cargo das escolas filiadas a realização de eventos de Astrologia, prestigiando-os.

Aos interessados em fundar Sindicatos nos outros Estados, a ABA envia o Estatuto pronto para registro em Cartório e fornece todo o roteiro de regularização do mesmo. Até o momento, já foram auxiliados neste processo os Estados de Pernambuco, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e também Rio de Janeiro e Brasília, embora nestes dois últimos seus Estatutos acabaram por ficar fora dos padrões estatutários de sindicatos.